O Global Position System, em português Sistema de Posicionamento Global, mais conhecido como GPS, é uma tecnologia criada para efetivar a localização de qualquer pessoa por meio do satélite, a partir de um dispositivo móvel.
É um sistema de navegação que envia informações, em qualquer horário e/ou condição climática, sobre a posição de algo ou alguém. Junto ao GLONASS, sistema de navegação russo, o GPS, que, inicialmente, na década de 1970, quando foi criado, servia apenas para uso militar, é o maior sistema de navegação por satélite do mundo.
A funcionalidade do GPS acontece graças aos 24 satélites que circundam a Terra em conjunto, a uma velocidade de quase 11.500Km/h, e em uma altitude de aproximadamente 20.200Km.
É um aparelho receptor responsável por captar as informações de um grupo de quatro dos 24 satélites; por meio da troca de dados e algoritmos é capaz de determinar ao utilizador a sua exata localização no mapa.
Seja para encontrar uma posição específica ou para direcionar uma navegação, o GPS tem como função principal encontrar um caminho para determinado local, bem como saber a velocidade e a direção do seu deslocamento. Um dos grandes utilizadores atuais, por exemplo, é o carro por aplicativo.
GPS e suas inúmeras capacidades de monitoramento de área e de localização de determinados pontos – Geoprocessamento
Ficou explícito que o GPS possui inúmeras capacidades de monitoramento de área e de localização de determinados pontos. Um dos grandes utilizadores atuais, por exemplo, é o carro por aplicativo. Outro grande utilizador é a técnica por geoprocessamento.
A partir do geoprocessamento, termo que denota a disciplina do conhecimento responsável por utilizar técnicas matemáticas e computacionais para o tratamento de informações geográficas, o monitoramento de áreas ou a localização de determinados pontos podem acontecer com mais facilidade.
Os programas de geoprocessamento permitem acompanhar e analisar eventos passados sobre a evolução de determinados fenômenos geográficos, ou sua superfície, através de satélites que armazenam todas as imagens obtidas ao longo do tempo em que esteve em órbita.
As possibilidades são inúmeras, entre elas a observação do grau de crescimento horizontal de uma cidade ou as transformações no relevo durante um período de termo determinado.
Outra habilidade do GPS é a sua utilização em navegações marítimas, atuando como a nova bússola para quem estiver em alto-mar, já que 90% da logística internacional é realizada pelo transporte marítimo, também vivenciando transformações tecnológicas inúmeras.
Gladys West e o desenvolvimento do maior sistema de localização por satélite do mundo
Ficou explícito como o GPS é capaz de funcionalizar técnicas de busca, de monitoramento e até mesmo de navegações marítimas, e é certo pensar na sua utilidade como auxílio indispensável ao dia a dia, mas como aconteceu o seu desenvolvimento?
A matemática estadunidense Gladys Mae West foi a responsável pelo desenvolvimento do GPS no mundo.
No ano de 1980, Gladys programou um computador com a exata capacidade de modelar o formato do Planeta Terra. Essa descoberta possibilitou aos aplicativos atuais fazerem uma relação direta com o GPS, facilitando o nosso dia a dia.
Vida acadêmica de Gladys West, a precursora do GPS
Gladys West, uma mulher norte-americana negra, graduou-se na Virginia State College através de uma bolsa que conquistou por seu empenho e destaque em sala de aula.
Nascida no ano de 1930, no condado de Dinwiddie, em Richmond, na Virginia, seu foco sempre foi sair do campo onde seus pais trabalhavam com plantação de algodão e tabaco, para viver na cidade.
Desde nova, percebeu que se realmente quisesse sair do lugar onde estava precisaria da educação como apoio. Ela descobriu a chance de oportunizar essa deixa quando, no ensino médio, durante a aula, os professores contaram para a turma que a Virginia State College, uma universidade historicamente negra, daria uma bolsa de estudo para os dois melhores alunos do último ano. Foi o suficiente para ela se empenhar e se tornar a aluna da turma com as melhores notas.
No entanto, entendeu que para se para se manter aluna da faculdade teria que trabalhar. Serviu como babá de meio período para uma família e nos outros dois outros períodos redobrou seus esforços com o objetivo acompanhar os colegas de sala, crescidos em centros urbanos e já adaptados à educação oferecida pela universidade.
Graduou-se em matemática e logo em seguida começou a lecionar no condado de Sussex, onde trabalhou por dois anos e saiu por, justamente, ter decidido iniciar seu mestrado, na mesma universidade da Virginia. Em 1956, conquistou o ingresso na Base Naval de Dahlgreen.
Gladys foi a 2ª mulher negra e uma das quatro pessoas negras atuantes a trabalhar na instituição.
“Senti orgulho de mim mesma como mulher, sabendo o que posso fazer. Mas, como mulher negra, isso é outro nível em que você tem que se provar para uma sociedade que não te aceita pelo que você é. O que fiz foi continuar tentando provar que era tão boa quanto você [pessoa branca]. Não há diferença no trabalho que podemos fazer….”, afirmou a Matemática.
Direitos civis da população negra dos EUA
Nesta mesma época, os EUA, segregados pelo racismo, enfrentavam a batalha a favor dos direitos civis de homens e mulheres negros. Gladys não participou dos protestos nas ruas, o que não excluiu sua luta dentro da instituição contra todos os estigmas sofridos por ser uma mulher negra atuante em uma área majoritariamente assumida por homens brancos.
Ao desenvolver o GPS, Gladys contribuiu como responsável por coletar dados de localização espacial dos satélites que estavam em órbita, para inseri-los nos supercomputadores da base, através da análise de elevações de superfície.
Realizava, também, cálculos complexos que aprendeu graças ao contato direto que mantinha com cientistas de renome.
Alcançou o patamar de diretora do projeto que utilizava processamento de dados em análises de satélite, e de programadora responsável dos supercomputadores em ação, através da recomendação de seu supervisor, bem como para ser diretora do projeto do satélite Seasat, o primeiro satélite com capacidade para fazer o sensoriamento remoto dos oceanos por meio de radares.
No ano de 1979, Gladys foi indicada a um prêmio pelo desenvolvimento e exatidão desse trabalho.
Trajetória que resultou em conquistas
A matemática trabalhou na Base Naval de Dahlgreen por 12 anos, aposentando-se em 1998 após oferecer contribuições às complexidades dos sistemas de processamento de dados, como o guia ilustrado de 60 páginas que publicou nomeado de “Especificações para Sistemas de Processamento de Dados para Altímetros de Satélites de Radar Geosat”.
Nesse livro, a matemática explicou como aumentar a acurácia na estimativa de deflexão vertical e alturas geoidais – forma do planeta Terra.
Gladys concluiu seu doutorado em Administração Pública e Política aos 70 anos de idade, logo após a sua aposentadoria, mas sem receber o devido reconhecimento por todo trabalho e desenvolvimento.
Sofreu um AVC, que prejudicou a visão, audição e o equilíbrio do lado direito de seu corpo, mas ainda assim deu continuidade à biografia que iniciou, objetivando compilar seus feitos, mesmo com a idade avançada de 87 anos.